A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou nesta terça-feira (10/8) uma atualização de seu levantamento sobre jornalistas mortos pela Covid-19. Segundo a entidade, o Brasil perdeu 278 profissionais da imprensa para a pandemia, 199 deles apenas nos sete primeiros meses deste ano.
Na média, foram registradas 28,4 mortes por mês, número muito próximo à marca do primeiro trimestre (28,6 mortes/mês), o que representa quase uma morte de jornalistas a cada dia. Em 2020 (de abril a dezembro), a média mensal foi de 8,5 mortes. Este número mantém o Brasil como o país com o maior número de jornalistas vítimas da Covid-19 no mundo, quando cruzado com o levantamento da ONG Press Emblem Campaign.
O dado positivo é que o número de vítimas fatais da doença entre os jornalistas começou a cair a partir de maio e registrou queda significativa em julho, quando foram computados 17 casos (média de uma vítima a cada dois dias). “É necessário, entretanto, aguardar os próximos meses para verificarmos se essa tendência de queda se consolida”, afirma o diretor da Fenaj, Norian Segatto, responsável pelo Dossiê.
Para ele, a curva decrescente das mortes segue a tendência nacional, efeito direto da vacinação da população. No caso dos jornalistas, houve campanhas da entidade e dos Sindicatos filiados pela inclusão da categoria entre os grupos prioritários para a vacinação. Alguns estados e município reconheceram que a categoria estava na linha de frente do combate à pandemia e atenderam à reivindicação.
“Precisamos ressaltar a importância da imunização da categoria e da manutenção de medidas sanitárias, como o distanciamento social, para a proteção da saúde dos jornalistas e a consequente consolidação da tendência de queda no número de casos de contaminação e de mortes”, completou Maria José Braga, presidente da Fenaj. “É com profundo pesar que a Fenaj cumpre a tarefa de divulgar o número de vítimas fatais, mas fazemos a divulgação como alerta e como homenagem aos jornalistas que perderam a vida porque estavam trabalhando, cumprindo seu importante papel social”, disse.
Metodologia
Não existe uma fonte centralizada para coleta de informações que compõem o Dossiê Jornalistas Vitimados pela Covid-19. Os dados são obtidos por meio de busca direta em jornais, sites e blogs de todo o país e também pelas informações fornecidas pelos Sindicatos dos Jornalistas nos estados ou diretamente por colegas de trabalho das vítimas. Como não há um registro oficial das mortes por categoria profissional, assim, é possível que os números possam estar subestimados e não retratem integralmente o tamanho da tragédia brasileira na categoria.