A 11ª edição do Digital News Report, relatório produzido pelo Instituto Reuters, revelou dados preocupantes no que se refere à atividade jornalística brasileira e no mundo em geral. Segundo a pesquisa, feita com consumidores de notícias em 46 mercados e seis continentes, o número de pessoas que evitam notícias aumentou ao redor do globo.

No Brasil, a situação é uma das piores: em 2022, 54% dos brasileiros dizem que “muitas vezes, ou às vezes” evitam as notícias, índice bem acima da média mundial de 38%. Para efeito de comparação, em 2017, cerca de 27% dos brasileiros preferiam não consumir o noticiário, número que aumentou para 34% em 2019. Outros países analisados na América Latina foram Argentina (46% evitam conteúdos jornalísticos), Chile (38%), Colômbia (38%), México (37%) e Peru (37%).

Os motivos para tal fenômeno são diversos. Cerca de 43% reclamam da repetitividade, principalmente em coberturas sobre política e a pandemia de Covid-19; 29% se dizem desgastados pelas notícias, mesmo número dos que não confiam no noticiário.

Outro ponto analisado pelo estudo é o aumento da popularidade de plataformas como Instagram, YouTube e TikTok, principalmente entre o público jovem. Cerca de 39% das pessoas cuja faixa etária é de 18 a 24 anos utilizam as mídias sociais como sua principal fonte de informação, contra 34% que optam por verificar sites ou aplicativos de notícias. O YouTube, inclusive, tornou-se este ano a plataforma mais utilizada pelos brasileiros como fonte de notícias (Leia mais em MediaTalks).

O relatório mostra também uma redução no índice global de confiança nas notícias, que ficou em cerca de 42%. O Brasil é o único país acima da média, com 48%, enquanto os argentinos têm o menor índice de confiança na mídia na região (35%).

Confira o relatório na íntegra.

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