Segundo fonte do Portal dos Jornalistas, ao contrário do que ele afirma, empresa não está saneada Mario Cuesta, gestor do iG, teve uma reunião com os funcionários nessa segunda-feira (20/6) e disse que estava deixando a empresa e passando o comando novamente para Nuno Vasconcellos, o proprietário. Segundo ele, a consultoria para a qual foi contratado havia acabado e a empresa estava saneada, com geração de caixa para pagar as contas e pronta para ser levada ao mercado pela equipe de publicidade. Segundo fonte do Portal dos Jornalistas que há anos acompanha de perto o dia a dia do portal, não é verdade que ele deixa a empresa saneada: “Funcionários demitidos no corte de outubro, que tiveram suas rescisões e os depósitos atrasados no FGTS parcelados em até dez meses, estão sem receber as parcelas desde dezembro. Fornecedores também têm recorrido à Justiça para tentar receber. Funcionários que deixaram a empresa nos últimos meses chegaram a ter o parcelamento em até 24 meses”. Cuesta conseguiu nos seus sete meses de iG dois contratos publicitários com o Governo de Geraldo Alckmin (um sobre o Aedes aegyti e outro sobre segurança no trânsito, ambos abarcados na editoria iG Vigilante). Mas, segundo a fonte do Portal dos Jornalistas, “os anúncios tradicionais não decolaram. Além disso, passou a cobrar pelos e-mails, que nos 16 anos de história do iG foram gratuitos. A estratégia impactou na audiência, que tem encolhido rapidamente desde fevereiro”. O problema mais recente, informa ainda, “é que ele saiu três dias depois de autorizar a demissão da estagiária de Entretenimento que foi assediada sexualmente pelo cantor Biel. Quando o portal publicou a denúncia, duas semanas antes, uma das editoras executivas garantiu que a estudante teria todo o suporte. Não só foi demitida como está arcando com a assistência jurídica contra o cantor. Ao mercado, a empresa diz que demitiu a estagiária porque optou por profissionais mais experientes. No entanto, o iG está contratando neste momento mais quatro estagiários, que recebem uma ajuda de custo de R$ 1 mil. Atualmente, a redação do iG tem 24 jornalistas formados e 17 estagiários (sendo que duas vagas estão em fase de seleção)”. Desde 17/6, quando a estagiária de Entretenimento foi demitida, houve uma determinação interna de Cuesta para que não sejam mais publicadas matérias sobre o caso Biel. “Tudo isso”, conclui a fonte do Portal dos Jornalistas, “desmonta a tese de que o iG aposta em profissionais mais experientes e por isso teria cortado a estudante do caso Biel (que durante as denúncias foi tratada pelo portal como jornalista já formada)”. Confira a seguir mais informações sobre esse caso. Mulheres jornalistas protestam contra demissão de repórter do iG vítima de assédio sexual… Apenas duas semanas após ter denunciado o cantor Biel por assédio sexual durante entrevista, a repórter estagiária do iG foi dispensada da empresa. O motivo, de acordo com comunicado interno que ganhou a rede, seria uma “seniorização” da redação. Deborah Bresser – ex-editora de Moda do portal – desabafou em seu blog: “Estão achando que a gente é imbecil? Fazfavô né? É inacreditável que o iG tenha feito isso. É um tiro no pé. Tudo o que a reputação do portal moribundo melhorou ao se declarar a favor do processo contra o cantorzinho caiu por terra. De quem partiu a ordem da demissão nunca saberemos. Veio do RH. Aham… me engana que eu gosto…”. Espontaneamente, jornalistas mulheres se uniram via redes sociais, criaram um canal no Youtube e lançaram a campanha #JornalistasContraoAssédio. Em vídeos curtos, assinados por dezenas de profissionais, manifestam seu apoio à jovem de 21 anos e resumem suas experiências de assédio no exercício da profissão. O mote é: “Mexeu com uma, mexeu com todas”.