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quinta-feira, novembro 21, 2024

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Miriam Leitão relata ódio político durante voo

* Última atualização: 14/6, às 9h42

 

Miriam Leitão foi contundente em sua coluna intitulada O ódio a bordo no Globo desta terça-feira (13/6). Nela, a autora descreve o assédio moral de que foi vítima no sábado (3/6), durante o voo 6237 da Avianca, de Brasília para o Rio.

Segundo o relato, Miriam fora a Brasília para gravar um programa da GloboNews. No mesmo dia, houve o Congresso do PT em Brasília, e cerca de 20 pessoas, algumas ainda vestidas com camisetas do encontro, embarcaram de volta para o Rio no mesmo voo. Ela conta que desde o saguão do aeroporto a ofenderam aos gritos. Uma vez no avião, recomeçaram as hostilidades.

Um dos ataques foi gritarem “Terrorista! Terrorista!”, palavra, segundo ela, com que foi recebida na prisão durante a ditadura. A tripulação convidou-a a se sentar em local afastado, mas ela não aceitou fugir do grupo hostil. Miriam diz que os mesmos responsáveis pelo voo nada fizeram para garantir a ordem a bordo para os outros passageiros. Entre gritos, slogans, cantos e ofensas – como se estivessem em uma manifestação –, os agressores prosseguiram até a chegada. Miriam não os filmou para que não parecesse provocação, permanecendo em silêncio durante todo o trajeto.

E concluiu: “Não acho que o PT é isso, mas repito que os protagonistas desse ataque de ódio eram profissionais do partido. […] Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma jornalista e continuarei fazendo o meu trabalho”.

Em nota, a presidente do PT Gleise Hoffmann orientou a militância do partido a não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir pessoas por suas posições políticas, ideológicas ou por outro motivo. Confira a íntegra:

“O Partido dos Trabalhadores lamenta o constrangimento sofrido pela jornalista Miriam Leitão no voo entre Brasília e o Rio de Janeiro no último dia 3 de junho, conforme relatado por ela em sua coluna de hoje. Orientamos nossa militância a não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir qualquer pessoa por suas posições políticas, ideológicas ou por qualquer outro motivo, como confundi-las com as empresas para as quais trabalhem.

Entendemos que esse comportamento não agrega nada ao debate democrático. Destacamos ainda que muitos integrantes do Partido dos Trabalhadores, inclusive esta senadora, já foram vítimas de semelhante agressão dentro de aviões, aeroportos e em outros locais públicos.

Não podemos, entretanto, deixar de ressaltar que a Rede Globo, empresa para a qual trabalha a jornalista Miriam Leitão, é, em grande medida, responsável pelo clima de radicalização e até de ódio por que passa o Brasil, e em nada tem contribuído para amenizar esse clima do qual é partícipe. O PT não fará com a Globo o que a Globo faz com o PT.”

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