Morreu na manhã deste sábado (4/3) o cartunista Paulo Caruso, aos 73 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital 9 de Julho e lutava contra um câncer no intestino. O velório será no domingo (5/3) e o enterro na segunda-feira, reservado à família e amigos. Paulo deixa o irmão gêmeo Chico Caruso, também cartunista, e o filho Paulinho Caruso, diretor de videoclipes, filmes e programas de TV.
Paulo José Hespanha Caruso nasceu em 6 de dezembro de 1949, em São Paulo. Formou-se em Arquitetura na USP, no início dos anos 1970, mas não chegou a exercer a profissão. Antes, em 1960, havia iniciado a trajetória de chargista no Diário Popular, de São Paulo. Na década seguinte, trabalhou para O Pasquim, ao lado de ícones do cartum brasileiro como Ziraldo, Jaguar, Henfil, Millôr Fernandes, Fortuna e Reinaldo Figueiredo.
Em 1981, inaugurou a página de humor Bar Brasil, na Revista Careta, que posteriormente migrou para a revista Senhor. Em 1988, passou a publicar a coluna de humor Avenida Brasil na revista Isto É. Em 2015, foi para a revista Época. Também colaborou com outros veículos, como Folha de S.Paulo e revista Veja, e publicações especializadas em humor, como Circo, Chiclete com Banana, Geraldão e Pasquim 21.
Paulo notabilizou-se pelas charges que fazia ao vivo durante o Roda Viva, da TV Cultura, desde a estreia do programa, em 1986. Os desenhos eram sobre o entrevistados ou os entrevistadores da bancada, acompanhados de frases marcantes ditas nas entrevistas.
Publicou livros como As origens do Capitão Bandeira (1983), Ecos do Ipiranga (1984), Bar Brasil (1985) e Bar Brasil na Nova República (1986). Em 1989, passou a publicar uma série de livros que reúnem as charges da antiga Avenida Brasil. Ao longo da carreira, recebeu diversos prêmios por seu trabalho como cartunista, entre eles o de melhor desenhista pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1994.
Colegas e entidades do cartum brasileiro lamentaram a morte de Paulo. Laerte Coutinho despediu-se do amigo, que descreveu como “herói do quadrinho brasileiro”. O cartunista Aroeira comentou que Paulo “continua vivo, pelo trabalho, pela obra, por tudo que ele deixa”.