Faleceu nessa terça-feira (20/4), em São Paulo, o repórter fotográfico Maurilo Clareto, o Lilo Clareto, que se tratava da Covid-19 no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ele havia sido transferido de Altamira, no Pará, onde morava com a família, na madrugada de 22 de março. Lilo foi por 11 anos repórter fotográfico de O Estado de S. Paulo e por sete anos trabalhou na revista Época.
A amiga Eliane Brum, colunista de El País, que trabalhou com ele em Época, liderou nesse período de internação uma campanha de arrecadação de fundos para pagar gastos com médicos, remédios, transporte e hospital. Emocionada, ela escreveu no Facebook:
“Nosso Lilo, meu Lilo, virou árvore, virou rio, virou floresta. Virou luz e virou chuva. Virou vagalume, borboleta amarela na Terra do Meio.
Lilo, meu Lilo, você é em mim e em todos que te amaram e que foram amados por ti. Você é em cada janela que abriu no mundo com sua câmera. Lilo, você é.
A causa direta da morte de Lilo Clareto foi Covid-19. Mas não foi o vírus que matou Lilo. Foi quem disseminou o vírus no Brasil, quem chamou a Covid de “gripezinha”, quem recusou vacinas, quem produziu aglomerações, quem agiu contra o uso de máscaras. Quem praticou crime de extermínio contra centenas de milhares de brasileiros e brasileiras, crime conta a humanidade.
Meu Lilo, nosso Lilo, não morreu por doença. Lilo morreu assassinado.
Eu te responsabilizo, Jair Messias Bolsonaro, por assassinato. Eu te responsabilizo, Jair Messias Bolsonaro, por crime de extermínio. Eu te responsabilizo, Jair Messias Bolsonaro. Eu te responsabilizo.