Em cobrança ao compromisso das lideranças políticas com a liberdade de imprensa e a segurança de jornalistas e comunicadores do País, oito representantes de entidades de defesa das liberdades de imprensa e senadores pediram, em carta, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a volta do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.
O órgão é composto por 13 titulares e 13 suplentes. Para eles, a discussão e a análise de temas da área no âmbito do Conselho de Comunicação seria uma sinalização positiva dos congressistas, já que existem hoje quase 40 proposições em tramitação no Senado e na Câmara dos Deputados com foco na imprensa, que versam sobre acesso à informação, trabalho jornalístico e liberdade de expressão. O documento foi entregue a Pacheco em 7 de abril, Dia do Jornalista.
Para Davi Emerich, reconduzido ao órgão como representante da sociedade civil, a rigor o Congresso ainda não compreendeu bem o papel do CCS. Na avaliação dele, juntamente com outras representações e demais Poderes da República, o grupo pode colaborar, “jogando luz nos debates” e apresentando sugestões consensuais sobre temas complexos, já que privilegia estudos, rigores técnico e conceitual.
“Há uma revolução tecnológica em todo o mundo”, disse Emerich em entrevista à Agência Senado. “Não se pode deixar que o mercado resolva esse problema sozinho, o resultado seria desastroso. O poder público e o Congresso jogam papel importante na modelagem de transição. Não se pode é naturalizar tudo e achar que as grandes plataformas e as redes sociais sejam a última palavra nesse mundo imenso da comunicação. Se ficam sozinhas, as fakes news prosperam, a manipulação da informação ganha corpo para gerar a monetização. A velocidade da notícia e o seu empilhamento mecânico agridem a capacidade do raciocínio crítico e a ideia da verdade construída a partir do livre fluxo da informação se esvai”.