O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul ajuizou ação civil pública contra o apresentador Sikêra Jr. e a Rede TV por comentários discriminatórios contra a população LGBTQIA+ no programa Alerta Nacional. As falas foram a propósito da história em quadrinhos sobre o novo Superman, filho de Clark Kent, que se assumiu bissexual.
Em 26/11, durante o telejornal, Sikêra e a equipe do programa compuseram e interpretaram uma música com falas homofóbicas e que associa a comunidade LGBTQIA+ à pedofilia. A letra dizia:
“O mundo tá bagunçado,
tá de cabeça pra baixo,
no banheiro da menina pode entrar macho.
Agora o Super Homem
tá derretendo o anel.
E quem também entrou na onda foi Papai Noel.
Mas a intenção dessa corja desgraçada
É tirar a inocência da nossa criançada.
Não vem com esse papo de ideologia
Vai se lascar pra lá com a sua pedofilia”.
A ação pede que os réus sejam condenados a pagar uma indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos, que seriam destinados à comunidade LGBTQIA+ por meio de estruturação de centros de cidadania, entidades de acolhimento, promoção de direitos, entre outros. Além disso, o MPF pede que o programa em questão seja excluído dos sites e redes sociais, “como forma de limitar o dano perpetrado pelas falas discriminatórias e preconceituosas”.
Vale lembrar que, em junho, o MPF ajuizou uma ação contra Sikêra e a Rede TV justamente por homofobia. O apresentador atacou uma campanha publicitária do Burger King com a temática da diversidade, e chamou o público LGBTQIA+ de “raça desgraçada”.