Estudo publicado no Journalism & Mass Communication Quarterly mostrou que mulheres da imprensa veem ataques e assédios como algo comum no caminho de jornalistas. A pesquisa, feita por entrevistas com 32 mulheres trabalhadoras de mídia impressa e televisiva nos Estados Unidos, usou como base 16 tipos de assédio em sua análise.
A primeira parte da análise foi investigar se os jornalistas tendiam a enfrentar diferentes tipos de assédio com base em gênero e, sem surpresas, as mulheres entrevistadas relataram já terem sofrido a maioria dos 16 tipos. Já os homens, o estudo mostrou serem mais propensos a sofrerem ataques físicos, como tapas e cusparadas.
Kaitlin Miller, professora assistente de Jornalismo e Mídia da Universidade do Alabama e autora do estudo, conta que as mulheres relataram que os assédios fazem parte do preço que pagam por serem jornalistas, e terem um ponto de vista forte em um espaço público como o jornal.
Os homens presentes na pesquisa tinham percepções diferentes quanto às ameaças e ataques. “Eu apenas senti que essa é a reação, então, devemos estar no caminho certo, porque estamos deixando alguém nervoso o suficiente para fazer algo que nunca experimentamos aqui antes”, disse um dos entrevistados ao compartilhar as ameaças sofridas após uma história.
Para Miller, os homens veem as ameaças com orgulho, como um distintivo de honra, além de verem suas identidades jornalistas de formas distintas. “Para os homens, essa identidade tendia a ser apenas como jornalista, mas para as mulheres essa identidade tendia a ser como uma ‘mulher jornalista’”.