Marca tradicional do mercado de relações públicas, com 24 anos de vida e desde o começo de 2012 integrando o Grupo Attitude, ao lado da MZ, a MVL passa a se chamar Attitude RP, concluindo processo de transição iniciado em maio, com a saída de seu fundador Mauro Lopes para se dedicar a um novo projeto pessoal ao lado da esposa. “Essa mudança significará a implantação de uma nova mentalidade em nossas atividades, reforçando atributos que nos definiram bem ao longo de quase 25 anos de mercado”, explica Eduardo Cordeiro, que divide com Bia Fovitzky (ex-CDN) a direção da agência. “Passaremos a trabalhar sobre três eixos: propósito, relacionamento e engajamento, deixando de ser apenas uma agência de relações públicas para ser uma empresa focada em relações com as pessoas”. Com as mudanças, site e e-mails dos profissionais da agência passarão a ser direcionados para o domínio @attituderp.com. Aposta em nova plataforma social Outra novidade que está sendo anunciada esta semana pelo Grupo Attitude é o Engage-x, plataforma que funcionará como uma rede social focada nos stakeholders e que deverá ganhar versão comercial até 2016. Na prática, como explica Rodolfo Zabisky, CEO do Grupo Attitude, ela será semelhante ao facebook em alguns pontos, mas permitirá às marcas diferentes possibilidades de relacionamento com clientes, investidores, funcionários, imprensa etc.: “E como o próprio nome da plataforma diz, ela servirá para engajar os públicos de interesse, contribuindo para a construção de uma imagem forte e de uma reputação sólida”. Os testes iniciais serão realizados até novembro por três empresas com três diferentes públicos predefinidos: investidores, funcionários e imprensa. “É muito comum ver companhias reagindo às situações. Acreditamos que com essa nova ferramenta elas ficarão mais por dentro do que acontece com seus públicos, podendo antecipar suas ações”, diz Rodolfo. Ele explica que a ideia do novo serviço surgiu a partir da análise dos resultados do The 2015 Brazil Reputation Dividend Report, pesquisa desenvolvida pelo instituto britânico Reputation Dividend, que calcula o valor da reputação de empresas de capital aberto nos Estados Unidos e no Reino Unido, e que pela primeira vez está sendo feito no Brasil. A divulgação do resultado será nesta 5ª.feira (30/7), durante o Seminário Aberje de Reputação. Mais informações sobre a pesquisa e uma entrevista exclusiva com Simon Cole, CEO e fundador do instituto, podem ser conferidas a seguir. O valor da reputação O estudo detalha o valor da reputação no balanço financeiro, levando em consideração aspectos como tendências de mercado, histórico da companhia, comparações com concorrentes, perfil de risco da área em que atua e valores estratégicos. Das 61 empresas com capital aberto na BM&FBovespa, apenas 34 conseguiram cumprir as exigências necessárias para participar do levantamento. O resultado, que será divulgado durante o Seminário Aberje de Reputação, trará as 20 companhias com reputação mais valiosa no Brasil. Número ainda pequeno se comparado aos de Reino Unido, que divulga o resultado em 200 empresas, e Estados Unidos, que chega a 350. As 20 companhias brasileiras que mais se destacaram nesta primeira edição da pesquisa, em ordem alfabética, foram: Ambev, Bradesco, BB Seguridade, BRF, CCR, Cielo, CPFL Energia, Embraer, Fibria, Itaú Unibanco, Klabin, Lojas Americanas, Lojas Renner, Multiplan, Natura, Smiles, Souza Cruz, Telefonica Vivo, Tractebel Energia e Ultrapar. Juntas elas somam US$ 130 bilhões de faturamento. Vale lembrar que a ordem das companhias com maior destaque não obedece ao valor total em dólares de sua reputação, mas sim o quanto esta representa de fato no valor de mercado das companhias. Conversamos com Simon Cole, fundador e CEO do Reputation Dividend, que está no Brasil para apresentar os resultados da pesquisa. Ex-diretor da Interbrand, agência que desenvolve um trabalho parecido, porém analisando o valor das marcas, Simon falou a este Jornalistas&Cia sobre pontos de destaque de seu estudo, a reputação das empresas daqui e a diferença entre os mercados britânico e norte-americano e o brasileiro. Portal dos Jornalistas – Qual a diferença entre esse levantamento e o que é promovido pela Interbrand? Simon Cole – A Interbrand analisa basicamente quanto vale a marca das empresas, enquanto nós estudamos o valor de sua reputação. Enquanto marca é um atributo que está muito mais ligado ao sucesso do produto, a reputação está totalmente ligada à imagem que a empresa apresenta para seus diferentes stakeholders. Temos muitos casos inclusive em que empresas com marcas valiosas sofrem com baixíssimo valor de reputação. Um caso bastante claro e atual no Brasil é o da Petrobras, empresa que apesar de um grande valor de marca vem sofrendo com constantes denúncias de corrupção, rebaixando assim seu valor de reputação. Portal dos Jornalistas – Das 61 empresas brasileiras com ações em bolsa, apenas 34 mostraram-se aptas a participar do estudo. Não é um número baixo? Simon – Também encontramos esse tipo de problema no Reino Unido e nos Estados Unidos, porém em menor escala. Mas o fundamental é que aquelas que sabemos que de fato têm alto valor de reputação foram analisadas. Tanto que essas 34 empresas respondem juntas por quase 90% do total que é negociado pela Ibovespa. Portal dos Jornalistas – Pelos levantamentos de 2015, as empresas com maior valor de reputação no Reino Unido e EUA atingiram, respectivamente, 49,7% (Unilever) e 49,5% (Apple) na comparação do valor da reputação com o de mercado da empresa. Como é essa realidade no Brasil? Simon – A média das 34 empresas analisadas foi de ums contribuição de 32% do valor de reputação no ativo total das companhias. Se por um lado o número não é tão alto assim, por outro é possível perceber que ainda há muito espaço para essas empresas evoluírem e crescerem nesse sentido.