Desde 2012, o Brasil perdeu cerca de 1.100 vagas de jornalistas. Na média, mais de uma por dia. Só este ano já somam 419 as vagas cortadas do mercado – ou seja, demissões sem reposições, estas relativamente comuns até quatro, cinco anos atrás. Os dados foram atualizados pelo Volt Data Lab junto a 53 empresas de comunicação em todo o País e incluem os cortes do Terra na última semana. A primeira versão do estudo foi publicada em julho, e dava conta de 1.084 vagas cortadas. A Volt também divulgou nesta 2ª.feira (10/8) um levantamento sobre o número de mortes de jornalistas no País nos últimos anos. Com o título Quer profissão perigosa? Seja radialista em uma cidade pequena no Brasil – Mapa dos assassinatos de jornalistas no País, o levantamento chama atenção para o elevadíssimo percentual de radialistas mortos: são de rádio 13 dos 29 profissionais de comunicação assassinados desde 2002 por causa do exercício de sua profissão. “O rádio tem uma ligação forte com as pessoas. Não só o aparelho custa barato, mas também o locutor conversa com você, atende seus telefonemas ao vivo, reclama daquilo que você está insatisfeito”, diz trecho do texto, confirmando a relação de amizade entre rádio e ouvinte (também apontada pelo estudo Antropomedia, do Ibope). O ensejo para esse novo levantamento da Volt foi o assassinato do radialista Gleydson Carvalho, em Camocim, Ceará. Carvalho levou dois tiros enquanto apresentava seu programa na rádio Liberdade, na tarde de 6 de agosto. A polícia ainda investiga o caso, que, claro, tem contornos de crime encomendado.