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sábado, dezembro 21, 2024

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O executivo que virou dono de casa…

O protagonista e autor da história é Claudio Henrique dos Santos, profissional com larga experiência na área automotiva, em passagens por Autolatina, Volkswagen, Chrysler e Renault (nesta foi gerente Executivo de Comunicação e de Relações Institucionais e saiu para montar uma loja de vinhos). Sua vida, porém, começou a mudar radicalmente em 2010, quando foi morar em Cingapura, acompanhando a esposa, que havia recebido um importante convite profissional. Aos 38 anos, deixou para trás uma carreira bem estruturada e desde então tem como principal tarefa cuidar da sua filha Luiza, de seis anos, assumindo as funções, conforme sua própria definição, de daddy in home (papai dona-de-casa) e de “assistente executivo” da esposa, que passa um bom tempo viajando pelo mundo. Atualmente morando nos Estados Unidos, nas “horas vagas” é escritor e o primeiro resultado dessa nova carreira é o livro Macho do Século XXI – O executivo que virou dona de casa. E acabou gostando (Claridade). “O tema tem despertado a atenção de todos e antes mesmo do lançamento do livro já participei do programa da Fátima Bernardes e mais alguns outros artigos andaram saindo por aí na imprensa”, conta ele. “Já tem até uma produtora me sondando para realizar um documentário. Vamos ver onde isso vai parar, mas a verdade é que já estou começando a fazer as anotações para uma eventual continuação. Um eventual sucesso do livro pode render uma história ainda mais legal do que a ideia original”. Com foto de capa de Reginaldo Manente, vencedor de quatro Prêmios Esso, entre outros, a quarta-capa é de Mara Luquet (CBN) e a apresentação é assinada pela ex-colega de Renault Marinete Veloso. Mais informações sobre a obra, que contará com noite de autógrafos em 11/11, em São Paulo, a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), estão disponíveis no www.machodoseculo21.com.br ou pela fanpage no facebook. A assessoria que divulga do livro é a Press a Porter (11-3813-1344), com Fábio Borges e Claudia Reis no atendimento. Com a autorização do autor, reproduzimos a seguir o texto de abertura do livro. Macho do século XXI Certa vez, uma amiga me definiu como o exemplo do macho do século XXI. Aliás, não fosse pela insistência de algumas amigas, esta minha história jamais teria vindo parar no papel. Minha vida sofreu uma guinada completa há pouco menos de três anos e, desde então, eu vinha compartilhando minhas experiências somente com um pequeno grupo de amigos. As mulheres ficam sempre empolgadíssimas. Em breve, você entenderá a razão. Os homens, por sua vez, não mostram o mínimo interesse. Algumas vezes posso sentir até uma certa compaixão. Eu, como bom filho de português, criado num ambiente absolutamente machista, não os culpo. Provavelmente também torceria o nariz, caso não se tratasse da minha própria vida. Você deve estar intrigado sobre qual seria a minha definição (ou melhor, a definição das minhas amigas) sobre o que seria o tal “Macho do Século XXI”. Pois esse homem não é um metrossexual, extremamente preocupado com a aparência, muito menos um galanteador, que abre a porta do carro para a amada, ou um romântico, do tipo que ainda manda flores, como o Roberto Carlos. Para o público masculino, já vou adiantando que não trago boas novas, pelo menos aparentemente. Caro amigo, não se preocupe, este macho ainda gosta de futebol e de tomar cerveja com os amigos. E lógico, de falar sobre mulher, não necessariamente nesta ordem. Mas este homem lava louça, cozinha, passa aspirador, dá banho nas crianças e as leva para a escola. E eu não falo de um homem que compartilha com a esposa o cuidado com a casa e os filhos, o que hoje é cada vez mais comum. Este novo homem não tem um emprego formal, portanto, é ele quem quase sempre executa as tarefas domésticas descritas acima, entre outras. Como a vida não é feita somente de agruras, ele até pode ter um carro na garagem e um cartão de crédito na mão para ir passear no shopping center –embora acabe usando este cartão na maioria das vezes para fazer compras no supermercado. Obviamente, essa é uma definição bastante simplista, que não resume precisamente o que aconteceu na minha vida nos últimos tempos. Na realidade, ela não faz jus ao que eu defino como uma aventura maravilhosa, que mudou definitivamente minha visão das coisas. Mas por enquanto, fiquemos com esta mesmo, que não deixa de ser verdadeira também. No início, parecia uma loucura, que os meus amigos (me refiro sempre aos homens, é claro) nunca entenderam muito bem. E qualquer um que tenha um pouco de juízo terá alguma dificuldade para compreender mesmo. O que leva um jovem de 38 anos a deixar para trás uma carreira relativamente bem-sucedida de executivo e depois, de pequeno empresário, para tomar a decisão de deixar o seu País para ir morar do outro lado do mundo, numa terra absolutamente desconhecida, apenas para apoiar a carreira profissional da esposa? Eu não me tornei um “macho do século XXI” do dia para a noite, mas confesso que não fazia a menor ideia de onde eu estava me metendo. Também demorou um pouco para que eu compreendesse que havia tomado uma ótima decisão, da qual hoje me orgulho – mas que foi, sem dúvida, a mais difícil da minha vida. Hoje, já perfeitamente adaptado “às minhas novas funções”, estou mais à vontade para comentar sobre as implicações que isso significou sob o ponto de vista pessoal (principalmente para um homem, que cresceu sabendo que deveria, custasse o que custasse, ser o provedor da casa) e as grandes reflexões que acabaram sendo feitas no meio do caminho. No início, eu tinha a sensação de que estava abrindo mão do meu sonho para passar a viver o sonho de outra pessoa. Só um pouco mais tarde percebi que eu vivia também o meu próprio sonho, mas com algumas adaptações, passando a buscar outras realizações, diferentes das quais estava acostumado na carreira profissional. Hoje, quando alguém me pergunta qual é a minha profissão, eu falo com a maior satisfação do mundo que sou um “daddy in home”, que é uma expressão mais leve do que “homem dono-de-casa”. Nem sei dizer se existe termo equivalente em português, pelo menos não conheço. Até cheguei a pensar em usar “temporariamente desempregado” ou “desocupado”, mas nenhuma delas corresponde à realidade. Também gosto de dizer que sou “assistente executivo” da minha esposa, que viaja a trabalho pelo mundo inteiro uma boa parte do tempo, e que precisa de ajuda para cuidar da casa. Afinal, esse ainda é o papel da mulher definido pela sociedade, não é mesmo? Em tempo: aprendi essa expressão “daddy in home” ainda em Cingapura, primeiro porto desta minha viagem. Ela também é utilizada nos Estados Unidos, minha morada atual. Sim, isso prova que já existem homens da minha espécie circulando por todo o planeta. E acredite, com o sucesso cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho, ela não está fadada à extinção, muito pelo contrário.

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