Em comunicado nessa segunda-feira (13/2), a RecordTV informou que os jornalistas Leandro Stoliar e Gilson de Oliveira já estão no Brasil. Os dois foram detidos no último sábado (11/2), quando trabalhavam na Venezuela, numa investigação que está em curso em toda a América Latina sobre investimentos do BNDES em obras de empreiteiras brasileiras no exterior. Os repórteres ficaram por quase 36 horas sob custódia de policiais e militares do Sebin, Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela, que confiscaram equipamentos, câmera, computador e celulares dos profissionais. Na nota, a emissora afirma que “repudia de forma veemente esse tipo de violência que atenta contra a liberdade de expressão e tenta controlar o acesso à informação. Estratégia de regimes que desprezam a democracia e os direitos humanos”. Ainda no comunicado, a Record agradece o apoio recebido e garante que prosseguirá a investigação conduzida em vários países sobre os desvios em obras internacionais financiadas com recursos do BNDES. Sobre o episódio, a Abraji informou considerar “absurda a detenção dos jornalistas durante a produção de uma reportagem, um atentado à liberdade de expressão e de imprensa” e esperar que o governo brasileiro cobre explicações das autoridades venezuelanas. Também se manifestou sobre o caso a ABI, que em carta assinada pelo presidente Domingos Meirelles afirmou ser inaceitável em qualquer país do mundo o constrangimento ao qual os profissionais foram submetidos: “A liberdade de imprensa e o livre acesso à informação são direitos fundamentais, inerentes aos regimes democráticos, e não podem ser violados sob qualquer pretexto, como estabelece a Carta de São José da Costa Rica, da qual a Venezuela é signatária”. A entidade prestou ainda solidariedade à emissora e aos jornalistas, cobrando postura do governo de Nicolás Maduro.