A Agência Bori, lançada em 12/2, é uma plataforma que visa a facilitar o acesso a assuntos e pesquisas científicas, atuando como ponte entre a imprensa e cientistas. A ideia é valorizar o jornalismo científico e a divulgação de temas relacionados à ciência no País. O projeto, tocado pelas especialistas em jornalismo científico Sabine Righetti e Ana Paula Morales, já tem parcerias com 90 revistas científicas.
Na plataforma são apresentados ao menos três estudos inéditos, vindos das revistas parceiras, e que têm potencial de divulgação e interesse público. A agência produz um pequeno resumo sobre os estudos, e disponibiliza o contato dos pesquisadores à imprensa: “Se eles (pesquisadores) concordarem com a divulgação na Bori, precisam estar disponíveis para dar entrevistas durante o período de embargo”, explica Sabine.
Em entrevista ao Knight Center, Sabine e Ana Paula destacaram alguns problemas que afetam a visibilidade da ciência no Brasil, como a falta de informação, dificuldades no acesso a dados e pesquisas sobre determinados assuntos científicos, e o fato de que poucas instituições de ciência brasileiras têm assessoria de imprensa. Sabine explicou que “às vezes, é mais fácil falar com alguém da Nasa do que com um cientista de uma universidade aqui na esquina, porque não tem assessoria ou você não acha o contato do pesquisador e, quando acha, ele não quer falar”.
A agência utiliza inteligência artificial e cruzamento de dados para detectar assuntos com potencial de divulgação, além de destacar temas que são pouco veiculados. Com uma equipe de 13 profissionais, cinco fixos e oito redatores freelances, a Bori ainda não se sustenta sozinha e está em busca financiamento. A ideia é estabelecer um projeto de assinaturas e acordos com instituições e cientistas que queiram ter uma presença maior ou periódica na plataforma.