Semana de despedidas e homenagens marcaram a partida de Vladimir Carvalho, um dos cineastas e documentaristas mais aclamados do País. Paraibano, mas radicado em Brasília desde 1970, faleceu em 23/10, aos 89 anos, de complicações resultantes de um infarto. A morte dele mobilizou a cidade, por suas realizações na arte cinematográfica, e por sua influência entre os tantos amigos e personalidades amealhados por seu carisma. Seu legado foi lembrado por muitos, e sua partida ganhou cobertura diversa da imprensa e relatos de admiradores, além de capa do Correio Brasiliense. Chamado de Camarada Velho de Guerra, teve o corpo sepultado no Campo da Esperança.
Não por acaso, o corpo de Vladimir foi velado no Cine Brasília, considerado sua segunda casa. Por lá, participou praticamente de todas as edições do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Produziu mais de uma dezena de documentários sobre temas da política e da história nacional, entre eles O país de São Saruê (1971), Conterrâneos velhos de guerra (1991) e Barra 68 (2000). Criou ainda o chamado Cinememória, localizado na W3, com o objetivo de preservar os materiais ligados ao cinema candango e nacional. Remanescente do Cinema Novo, guardou por lá, por exemplo, a moviola que pertenceu a Glauber Rocha, com quem também trabalhou.
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