Morreu em Lisboa, em 28/5, aos 91 anos, Miguel Urbano Rodrigues, militante histórico do Partido Comunista Português, que na década de 1950 exilou-se no Brasil por causa do regime fascista em Portugal e aqui foi editorialista de O Estado de S. Paulo (1957 a 1974) e editor internacional da revista Visão (1970 a 1974). Durante esse período, acompanhou ou interveio em eventos marcantes da debilitação do governo fascista em Portugal, especialmente a luta pela independência de Angola. Em 1963, aderiu ao Partido Comunista Português.
Nascido em Moura, Alentejo, em 1925, filho de pai jornalista e escritor, em uma família de agricultores abastados de tradição republicana, viu a implantação da ditadura do Estado Novo. Cursou a Faculdade de Letras de Lisboa. Foi redator do Diário de Notícias (com início em 1949) e chefe de Redação do Diário Ilustrado.
Após o exílio no Brasil, voltou a Portugal depois da Revolução dos Cravos, em 1974, no auge da explosão de entusiasmo popular, incorporando-se na construção do regime democrático, como militante comunista. Foi chefe de Redação do Avante!, diretor do jornal O Diário, presidente da Assembleia Municipal de Moura, deputado da Assembleia da República e ainda deputado nas Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da União da Europa Ocidental.