Manezinho Araújo era uma figura tão excepcional que até do sempre irritadiço Adoniran Barbosa se fez amigo. Mais: com Adoniran chegou a compor duas músicas, o baião Tiririca e o samba O legume o que ele quer. Os dois costumavam frequentar o campo do Juventus, em São Paulo, para partidas de futebol com artistas da Record. Perna-de-pau, Adoniran raramente era escalado e nessas ocasiões ficava tocando flauta e imitando aristas para animar a torcida. Manezinho, que também não era bom jogador, impunha-se, porém, na escalação porque carregava sempre uma faquinha debaixo da camisa. – Pra que isso, Mané? –, um dia perguntou Adoniran. Manezinho rindo maliciosamente, respondeu: – E há outro jeito de eu ser escalado pra jogar?