Brasil lidera ranking da desconfiança
A edição deste ano da pesquisa Digital News Report, do Instituto de Estudos de Jornalismo da Reuters, feita por meio online com 74 mil pessoas entre 18 e 55 anos, em 37 países, revela que mais da metade desse universo (54%) diz estar preocupada com o que é real e falso na internet. Nos países com forte polarização e intenso uso de redes sociais, esses índices são maiores. O Brasil, que terá eleições gerais neste ano, lidera esse ranking, com um índice de 85%. Portugal (71%), Espanha (69%), Chile (66%) e Estados Unidos (64%) são outros países com altas taxas de preocupação em relação à desinformação na web.
Esse temor sustenta uma forte desconfiança das pessoas em relação às redes sociais. Apenas 23% afirmaram confiar nas notícias encontradas nessas mídias. De forma geral, o nível médio de confiança nas notícias permanece relativamente estável em 44%, diz o estudo. Mas confiança é maior (51%) quando se trata das mídias usadas com frequência pelas pessoas. O índice cai (34%) no caso das informações encontradas por meio de pesquisa. O levantamento demonstra ainda que as pessoas com níveis mais altos de alfabetização tendem a preferir as marcas de jornais, e usam as mídias sociais para notícias de forma muito diferente da população em geral.
Ao mesmo tempo, o uso do WhatsApp e do Instagram cresceu. O Brasil tem a segunda maior base de usuários no Instagram, com 50 milhões de usuários ativos por mês, enquanto o WhatsApp tinha 120 milhões de usuários no País em maio de 2017. Esse movimento explica-se pelo forte crescimento do uso de smartphones para notícias nos últimos cinco anos. Embora os números estejam mudando lentamente, a TV continua sendo a mídia mais poderosa do País. Um dado curioso no Brasil é o do crescimento no uso de bloqueadores de anúncios, quase um terço no último ano, o que denota maior preocupação com questões de segurança e privacidade.