A Polícia Civil iniciou nesta terça-feira (1º/9) a Operação Freedom, para cumprir oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a integrantes do grupo de WhatsApp Guardiões do Crivella, que reúne funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro cuja missão é atrapalhar o trabalho de repórteres da TV Globo.
Marcos Paulo de Oliveira Luciano, o ML, que aparece nos grupos de WhatsApp dando ordens aos assessores, foi levado à delegacia junto com outras duas pessoas para prestar esclarecimentos. Foram apreendidos notebooks, celulares, dinheiro, cheques e contratos. Os “guardiões” estão sendo investigados pelos crimes de associação criminosa e atentado contra a segurança ou o funcionamento de serviços de utilidade pública.
Também nesta terça-feira, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou investigação sobre possível prática de crimes cometidos por funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro que atrapalhavam o trabalho de repórteres da TV Globo. Será avaliada a possibilidade dos crimes de associação criminosa, constrangimento ilegal, e conduta criminosa. A investigação ficará a cargo da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos.
Entenda o caso:
A TV Globo exibiu na segunda-feira (31/8) uma reportagem que registrou a ação de funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro em frente a hospitais municipais, que gritaram palavras ofensivas e atrapalharam a fala de entrevistados. Eles combinam e discutem as ações em três grupos de WhatsApp, sendo que um deles tem o nome de Guardiões do Crivella. Segundo a reportagem, feita por Paulo Renato Soares, Chinima Campos e André Maciel, o coordenador da operação é Marcos Paulo de Oliveira Luciano, o ML, assessor do gabinete do prefeito do Rio Marcelo Crivella.
A reportagem diz que “ataques não acontecem por acaso. Ao contrário, são organizados. E acredite: pelo poder público. Os agressores são contratados da Prefeitura. (…) Funcionários públicos que têm a missão de tirar o direito das pessoas de se manifestar e se informar”.
Procurada pela Globo, a Prefeitura do Rio de Janeiro não negou a existência dos grupos e disse que “reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais para melhor informar a população e evitar riscos à saúde pública”.