O Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, promoverá o Prêmio Glória Maria. A ideia, da deputada Monica Seixas, do Movimento Pretas do PSOL, obteve em 9/8 parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa de São Paulo, dando andamento ao projeto protocolado por ela.

A iniciativa busca reconhecer pessoas, entidades, organizações e empresas de jornalismo e comunicação com destaque na atuação em defesa dos direitos da população negra e resgate histórico e cultural das contribuições do povo negro no Estado de São Paulo.

“Sou jornalista de formação e sempre tive o desejo de promover a pauta do debate racial dentro das redações”, afirma a deputada. “Muito se discute sobre o papel do jornalismo no combate a fake news e na manutenção da democracia, mas é urgente o debate sobre o papel da imprensa na luta antirracista e, para isso, precisamos de diversidade na imprensa”.

Embora a população seja majoritariamente negra e parda (56%), somente 20% dos profissionais de imprensa fazem parte desse grupo. O estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, realizado há dois anos por este Portal dos Jornalistas e pela newsletter Jornalistas&Cia, também aponta que 98% desses comunicadores enfrentam mais dificuldade do que brancos de se desenvolverem profissionalmente.

Para Lázara Carvalho, chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Justiça e coordenadora executiva do observatório, “a liberdade de imprensa é um direito conquistado e pilar da democracia, assim como a equidade racial e de gênero”. Segundo ela, “Glória Maria, como pioneira e lutadora que sempre foi, representa o jornalismo sério, destemido e ativo, por isso não há melhor nome para esse prêmio”.

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