O fotógrafo Alex Silveira, que perdeu a visão do olho esquerdo após ser atingido por uma bala de borracha da PM paulista durante manifestação em maio de 2000, será homenageado no Prêmio Vladimir Herzog. Ele vai receber o troféu especial na categoria Carreira, que valoriza “relevantes serviços prestados às causas da Democracia, Paz, Justiça e contra a Guerra”.
Ana Luisa Zaniboni Gomes, curadora da 43ª edição do prêmio, declarou que a homenagem “é um reconhecimento por sua luta em defesa do exercício profissional, uma posição pelo fortalecimento da liberdade de imprensa e a celebração de uma decisão que responsabiliza o Estado pelos ferimentos causados a um jornalista que estava no local dos fatos, exercendo uma atividade de interesse público e social”.
Neste ano, além de Silveira, também serão homenageados na categoria os jornalistas Neusa Maria Pereira e José Marques de Melo (falecido em 2018), e o ator Abdias do Nascimento (que morreu em 2011). No ano passado, os homenageados foram a cartunista Laerte, a filósofa Sueli Carneiro e o advogado abolicionista Luiz Gama. A cerimônia de premiação será online, em 25 de outubro.
Ele teve indenização concedida em primeira instância, mas o TJ-SP reformou a decisão, sob a alegação de que Alex optou por permanecer no local do tumulto e, portanto, culpando o próprio fotógrafo pelo ocorrido. À época, ele trabalhava no Agora São Paulo. Somente em junho deste ano o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Estado de São Paulo deveria indenizá-lo.