A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgará a partir de sexta-feira (26/4) recurso da Agência Pública pelo direito de publicar uma entrevista com Jullyene Lins, ex-esposa de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Na entrevista, Lins acusa Lira de ter cometido violência sexual contra ela durante o relacionamento, em 2006.
Após pedido da defesa de Lira, a reportagem foi tirada do ar, e a Justiça determinou a exclusão de outras matérias que repercutiam o tema em questão. A Pública entrou com recurso, mas, no começo do mês, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) manteve a decisão que determinava a retirada da reportagem do site da Agência, além de impedir que o veículo publique outros textos sobre o assunto. O argumento utilizado foi que Lira já havia sido absolvido do crime de lesão corporal a ele imputado.
A Pública classificou a decisão como censura e um verdadeiro “atentado contra a liberdade de imprensa”. O veículo argumentou que a reportagem é de interesse público e traz novas acusações da ex-esposa que não foram analisadas pelo STF.
Entidades como Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiaram a decisão da Justiça e manifestaram preocupação com o caso e com os desdobramentos para a liberdade de expressão no Brasil.
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