O Programa Tim Lopes, criado em 2017 pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) para averiguar assassinatos de jornalistas, acompanhará o caso de Givanildo Oliveira, morto a tiros em 7/2, aos 46 anos, em Fortaleza. Este é o quarto caso acompanhado pelo programa.
Givanildo comandava o portal Pirambu News, com mais de 70 mil seguidores no site e nas redes sociais. Segundo investigações, o crime foi motivado por uma nota publicada pelo jornalista sobre uma operação policial que resultou na prisão de um traficante do Comando Vermelho, que atuava na área de Areia Grossa. Após o assassinato de Givanildo, o portal foi desativado.
A Abraji destaca que o crime pode ter ocasionado sentimento de medo e insegurança entre outros veículos de comunicação na região. A página Portal de Fortaleza, por exemplo, anunciou nas redes sociais, dias após a morte de Givanildo, que não postaria mais notícias policiais para preservar a integridade de sua equipe.
Segundo relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre violência contra a imprensa em 2021, no ano passado, no Nordeste, ocorreram 25 ataques contra jornalistas, o equivalente a 8,42% do total no País.
Ainda em fevereiro, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu uma investigação “transparente e rigorosa” sobre o caso do assassinato de Givanildo, destacando que ele foi o primeiro jornalista morto no Brasil em 2022 e que, na última década, ao menos 30 comunicadores perderam a vida no País.
O Programa Tim Lopes também acompanha os casos de Jefferson Pureza, morto com três tiros no rosto em 2018, no interior de Goiás; de Jairo de Souza, executado com dois tiros enquanto subia uma escadaria no Pará, em junho de 2018; e de Lourenço (Léo) Veras, assassinado em fevereiro de 2020, com 12 tiros, enquanto jantava com sua família, no município paraguaio de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS).