No encerramento da 10ª edição do Congresso Nacional de Jornais, em São Paulo, nesta 3ª.feira (19/8), os publishers de quatro dos principais jornais brasileiros comprometeram-se publicamente com a nova campanha liderada pela ANJ, Jornal. Está em tudo, que tem por objetivo posicionar o jornal não só como o mais influente e o mais relevante difusor de notícias, mas também como um meio importante para lançar, fortalecer e renovar marcas e produtos. Francisco Mesquita Neto, de O Estado de S.Paulo, João Roberto Marinho, das Organizações Globo, Luiz Frias, presidente do Grupo Folha, e Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administração do Grupo RBS, uniram-se em apoio à campanha, que terá anúncios nos jornais associados à ANJ, spots de rádio e uma grande quantidade de peças interativas na internet, plataforma que ganha ainda mais importância no trabalho de reposicionamento do meio, dada a grande audiência gerada pelos canais digitais dos jornais. Mesquita, por exemplo, ressaltou que “as novas iniciativas vão facilitar o restabelecimento do tripé do mercado, formado por anunciantes, agências e jornais”. Marinho, das organizações Globo, partiu dos sentimentos contraditórios gerados pelo surgimento da internet nos empresários e executivos de jornais para concluir que hoje, depois de décadas, a percepção predominante é a de que, na “geleia” de informação e desinformação característica do meio digital, as oportunidades são maiores do que as ameaças para empresas de mídia com marcas de credibilidade, acostumadas a desconfiar da informação e a checá-la. “Os jornais são grandes exemplos”, afirmou. Para Frias, o principal patrimônio dos jornais continua a ser o pluralismo e a independência, mas o modelo de negócio tradicional, que permitiu e financiou o jornalismo independente, é que sofreu abalos com a internet. Mas esse abalo não deverá perdurar, segundo ele: “Os jornais avançaram muito nessa busca por modelo correto de negócios. Há experiências exitosas, aqui e lá fora, de que podemos construir carteiras de assinantes que poderão ser maiores que as do passado”. E Sirotsky enfatizou que a união dos jornais na busca do fortalecimento de sua independência financeira não se restringe à sobrevivência dos veículos: “Quando nos unimos para reforçar a relevância do meio e criamos ferramentas para garantir a independência econômica, estamos garantindo de certa forma a liberdade de expressão. Por isso, este é, sim, um momento histórico, com medidas concretas para assegurar a continuidade econômica das nossas atividades e, como consequência, do bom jornalismo”.