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segunda-feira, novembro 25, 2024

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Quando Sampa ganhou um dono

* Por Dal Marcondes

 

Corria o ano de 1985 e a revista IstoÉ, no período em que pertenceu à Gazeta Mercantil, lançou um suplemento semanal de cultura e lazer chamado SAMPA. O diretor de redação na época era Milton Coelho da Graça e o editor do SAMPA era o Walcyr Carrasco. A equipe toda do semanário era formada por Walcyr, Apoenan Rodrigues, eu, o grande Armênio Guedes, e por algum tempo também o carioca Antonio Crisóstomo, do extinto jornal Lampião da Esquina. Armênio e Crisóstomo merecem histórias a parte, são ícones do jornalismo em um tempo de lutas.

Tudo ia muito bem, a revista era precursora da Vejinha e era muito divertido trabalhar por lá. A equipe era um sonho de pessoas da melhor qualidade. Eu cobria muita coisa de teatro e artes plásticas e adorava, mesmo os fechamentos intermináveis que rolavam madrugada adentro. Ser jovem tem lá suas vantagens.

Bom, um dia o Walcyr entra no nosso canto da redação e comunica que o a revista iria mudar de nome. Todo mundo ficou espantado, afinal IstoÉ SAMPA era um puta nome. Mas a empresa fora comunicada judicialmente que Caetano Veloso, compositor da música Sampa, havia conseguido proibir o uso de “sua marca”. Eu nunca entendi muito bem como isso foi possível, porque o Caetano não inventou a gíria Sampa, essa já era uma tradição paulistana.

Não adiantaram os protestos, a revista passou a se chamar assepticamente IstoÉ São Paulo. Deu até para perder um pouco do tesão de fazer. Algum tempo depois foi extinta!

 

* Dal Marcondes ([email protected]) é diretor executivo da revista ambiental Envolverde.

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