Uma reportagem da Agência Pública sobre Jullyene Lins, ex-esposa de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, segue censurada há exatamente um ano. O texto continha um relato de Lins sobre supostos casos de violência doméstica cometidos por Lira contra ela.

A reportagem foi publicada em 21 de julho de 2023. Dias depois, Lira entrou com um processo contra a Pública por danos morais e pediu a retirada da reportagem. E em 19 de setembro do ano passado, uma decisão liminar impôs censura à matéria. Em janeiro de 2024, a Justiça determinou também a retirada de dois conteúdos que repercutiam a reportagem, um episódio do podcast Pauta Pública e a coluna de Marina Amaral, diretora-executiva da Pública.

Em junho deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a retirada de entrevistas antigas de Jullyene Lins para veículos como Folha de S.Paulo, Mídia Ninja, portal Terra e Brasil de Fato. Dias depois, o ministro voltou atrás da decisão e o conteúdo foi mantido no ar. Mas a reportagem da Pública segue censurada até hoje.

A Pública argumenta que a reportagem teve “propósito informativo e de interesse público, feita com base em documentos judiciais e fontes que deram seu depoimento sobre os fatos, sem qualquer ofensa a quem quer que seja”.

Sobre a censura, o veículo escreveu: “Nosso jornalismo valente incomoda os poderosos. Por aqui, a luta continua. Seguimos reivindicando na justiça e fazendo o nosso trabalho. Não temos medo de investigar pessoas influentes, empresas e políticos. Também não temos rabo preso com ninguém e prezamos, sempre, pela direito à informação de interesse público”.

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