Um estudo que integra o projeto de cooperação técnica entre o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e a Secretaria Nacional de Justiça concluiu que os textos jornalísticos não retratam de maneira adequada o problema do tráfico de pessoas devido à sua complexidade e à falta de informações sobre o assunto.
A pesquisa, realizada pela ONG Repórter Brasil, analisou 665 textos publicados em jornais na imprensa entre janeiro de 2006 e julho de 2013. Leonardo Sakamoto, presidente da ONG, afirmou, em reunião realizada esta semana na Câmara dos Deputados, que alguns conceitos são divulgados imprecisamente, por exemplo os de que o tráfico é sempre para o exterior e que afeta só mulheres e pobres.
Outro ponto constatado pelo estudo é que a mídia ainda é muito pautada pelo Poder Público. “A mídia não desenvolve pesquisas e investigações com frequência, mas acaba sendo pautada pela agenda do Judiciário, do Executivo, do Legislativo e da Polícia”, declarou Sakamoto. Entre 2005 e 2011, 475 pessoas foram traficadas no Brasil. O CNJ reconhece, no entanto, que o crime ainda é pouco registrado pelos órgãos de enfrentamento e que, por isso, os números podem ser maiores. Veja o guia