Lançada em 1995 como um boletim de apenas quatro páginas ? intitulado Notícias Fapesp ?, a Revista Pesquisa Fapesp chega à sua 200ª edição. Em 1999, na edição nº 47, o boletim mudou para o formato de revista e adotou o nome Pesquisa Fapesp. Com tiragem de 45 mil exemplares, a revista tem em média 96 páginas. Além da edição mensal, há uma meta de produção anual de quatro números em inglês, quatro em espanhol e um em francês. Na rádio USP, são veiculados os programas Pesquisa Brasil (semanal) e o Clipping Pesquisa (diário). Todo o trabalho é desenvolvido por uma equipe de 11 jornalistas fixos, três profissionais de design e 2 fotógrafos, comandados pela diretora de Redação Mariluce Moura. Para ela, o número 200 representa ?uma experiência vitoriosa e extremamente interessante no campo do jornalismo científico e da divulgação científica, em nosso país, o percurso feito pela publicação, primeiro, desde esse ponto inicial [em 1995, quando ainda se chamava Notícias Fapesp] até transformar-se, em outubro de 1999, na revista Pesquisa Fapesp?. Outro marco na trajetória da revista, segundo Mariluce, aconteceu em março de 2002, quando passou a ser também vendida em bancas e por assinaturas. Até então, a distribuição era dirigida a pesquisadores de São Paulo e custeada exclusivamente pela própria Fapesp. ?Editorialmente, ela passa a mirar aí a produção de ciência e tecnologia do País e não mais os resultados da pesquisa paulista. E vale a afirmação até o presente, quando a revista se afirma como um veículo de grande impacto, referencial da divulgação científica no Brasil. O que temos de original em todo esse caminho é a construção de um veículo rigorosamente jornalístico dentro de uma instituição pública, uma agência de fomento à pesquisa científica. Estamos, portanto, falando de uma publicação que exigiu desde o começo um diálogo fecundo entre o grupo de jornalistas que seria responsável pelo produto e os dirigentes da instituição, todos originários da comunidade científica e, além disso, com o claro respaldo dos pesquisadores de São Paulo?, afirma Mariluce. Ela também atribui o sucesso da revista a um nicho não preenchido no mercado desde a extinção da Revista Brasileira de Tecnologia, em 1989: ?Experiência anterior semelhante, a RBT, publicada pelo CNPq a partir de 1982, havia sido descontinuada em razão do confisco da poupança e do bloqueio de grande parcela das contas correntes, que desordenaram toda a economia no início do governo Collor. Então, já havia um espaço vazio a ser ocupado?. ?Em paralelo, a Fapesp entrara numa fase de grande dinamismo no começo dos anos 1990 e isso, somado a outros fatores, impulsionaria bastante a expansão da pesquisa científica em São Paulo. O País também estava em processo de aperfeiçoar a democracia, o que implicava a necessidade de prestar contas à sociedade do que se faz com os recursos do contribuinte aplicados em pesquisa de ciência e tecnologia. No caso particular da Fapesp, 1% das receitas tributárias do estado constitucionalmente são aplicadas em seu orçamento para o apoio à pesquisa em todas as áreas do conhecimento; E divulgar o que resulta disso para toda a sociedade é uma obrigação da Fundação, faz parte de sua missão. Tudo isso não bastaria para o sucesso da revista se não tivéssemos encontrado um modelo editorial capaz de tornar extremamente atraentes as reportagens baseadas em fatos produzidos no campo da ciência e da tecnologia?, completa. Mariluce aponta como diferencial da revista o ?link indissolúvel entre o rigor das informações e alta qualidade jornalística dos textos, para apresentar, como nenhum outro veículo nacional, um panorama abrangente do que se passa no campo da produção de ciência e tecnologia no País. Pesquisa Fapesp traz furos jornalísticos, resultados de pesquisas que só meses depois estarão frequentando outros veículos, aponta novas tendências e mostra que a ciência é um processo permanentemente aberto de criação de conhecimento, resultante de uma prática que exige sujeitos altamente bem formados para levá-la adiante, o que talvez ajude a ampliar de forma consistente a cultura científica em nosso País e a despertar vocações. O que impressiona na revista é que 99% de seu público leitor, de acordo com pesquisa Datafolha elaborada no final de 2011, a qualifica como boa e ótima. Portanto, a revista goza de imensa (e justa) credibilidade?. A edição 200 chegará às bancas em outubro, com 150 páginas e brindes especiais, como um DVD com os dez melhores vídeos de divulgação científica produzidos a partir de reportagens da revista.