Roberto Maleson, repórter do ge, lança nessa sexta-feira (11/10) o livro Vida de Técnico – bastidores, histórias e desafios de um treinador de futebol no Brasil (Maquinária), que traz relatos reais de 20 técnicos do futebol brasileiro sobre como é estar à frente de um time no País.

A obra aborda temas como o processo de formação para ser técnico, como é gerir um grupo de atletas, os treinamentos, as dificuldades da profissão, a alta rotatividade do cargo de treinador de futebol no Brasil e impactos na saúde do treinador. Os temas são debatidos com exemplos reais, positivos e negativos, sobre a relação entre os técnicos de futebol e os clubes, os jogadores, os dirigentes e os torcedores.

Um dos casos abordados no livro é o de Gilmar Dal Pozzo, atual técnico da Chapecoense. Em fevereiro de 2017, quando estava à frente do Ceará, o time perdeu um jogo para o Boavista do Rio de Janeiro e foi eliminado da Copa do Brasil. No retorno à Fortaleza, Dal Pozzo foi hostilizado por torcedores no aeroporto. A família do treinador também foi ameaçada.

“Eu fui agredido, agredido com palavras”, declarou o técnico em entrevista ao repórter do ge. “As pessoas estavam armadas dentro do aeroporto. Então, não tinha segurança do clube, não tinha segurança do aeroporto e ficou a minha imagem muito exposta nessa situação. Ficou um trauma por algum tempo. Eu demorei para me curar disso porque fiquei muito desprotegido”.

Outro caso interessante abordado no livro é o de Muricy Ramalho, atual dirigente do São Paulo, que recusou um convite para treinar a Seleção Brasileira em 2010. Na ocasião, Ramalho estava à frente do Fluminense e resolveu cumprir o contrato com o clube carioca.

“É muito importante a credibilidade, mas o que mais pegou mesmo foi a palavra”, disse o técnico a Maleson. “Eu não tinha assinado ainda, mas já tinha tudo acertado para continuar no Fluminense por dois anos. Às vezes, no futebol brasileiro isso não vale muita coisa, mas para mim vale porque eu fui criado assim pelo meu pai. Então era pra mim, aquilo lá era normal. Para muita gente não foi”.

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