Escalado para cobrir a crise na Venezuela, o repórter Rodrigo Lopes, de Zero Hora, não conseguiu concluir seu trabalho, retido que foi em 25/1 por um militar não identificado, que o retirou da cobertura de um ato de apoio a Nicolás Maduro e o levou para o Centro Estratégico de Segurança e Proteção da Pátria, onde foi interrogado e teve seu celular e passaporte apreendidos (foram devolvidos quando o liberaram).
Diante da ameaça de que poderia ser preso novamente e responder a processo segundo as leis venezuelanas, tanto ele quanto a direção do jornal e do Grupo RBS decidiram por sua saída do País. O episódio gerou notas de repúdio do Grupo RBS, das associações de Emissoras de Rádio (Abert), de Editores de Revistas (Aner) e de Jornais (ANJ) e da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
“Em coberturas internacionais, tomamos esse tipo de decisão em conjunto com o repórter, pois é ele que está em campo e consegue avaliar o risco”, disse Marta Gleich, diretora de Jornalismo de Rádio e Jornal do Grupo RBS, à Folha de S.Paulo.
Lopes, segundo a Folha, foi para a Venezuela produzir conteúdo para o jornal, a emissora de rádio e o site do Grupo RBS, e estava em seu primeiro dia de cobertura.