Levantamento da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) registrou 1.668 jornalistas mortos de 2003 até 2022, o que representa a média de 80 profissionais por ano que perderam a vida no exercício da profissão. Os dados são de relatórios anuais da própria RSF sobre mortes de jornalistas ao redor do globo.
Os anos com os maiores números de mortes foram 2012 e 2013, com respectivamente 144 e 142 jornalistas assassinados. Em 2022, foram registradas 58 mortes, o índice mais alto dos últimos quatro anos.
Nas últimas duas décadas, as mortes de jornalistas estiveram concentradas em 15 países, com cerca de 80% do total de casos. Iraque e Síria registraram juntos 578 jornalistas mortos, quase um terço do total de casos da última década. Na Europa, a Rússia é o país com mais jornalistas mortos, especialmente com a ascensão de Vladimir Putin ao poder e a guerra contra a Ucrânia.
A América Latina segue sendo a região mais perigosa para jornalistas, segundo a RSF. Quatro países da região − Brasil, México, Colômbia e Honduras − estão entre os 15 que registraram o maior número de casos de assassinatos nas últimas duas décadas.
“Por trás dos números, estão os rostos, a personalidade, o talento e o empenho de quem pagou com a vida a busca pela informação e a verdade, e a paixão pelo jornalismo”, declarou Christophe Deloire, secretário-geral da RSF. “A cada um de seus balanços anuais, a RSF documentou consistentemente a violência injustificável que atinge especificamente os profissionais da mídia. Este final de 2022 é uma oportunidade para homenageá-los e pedir pela garantia absoluta da segurança dos jornalistas onde quer que sejam chamados a trabalhar e a testemunhar a realidade do mundo”.
Confira mais informações no site da RSF.
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