A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) apresentou em 16/6 uma lista com 30 jornalistas, meios de comunicação e projetos destacados como “heróis da informação” no combate à pandemia da Covid-19. São profissionais e plataformas que estão contribuindo para difundir informações confiáveis e vitais no contexto da crise sanitária. Entre os trabalhos reconhecidos, dois são brasileiros.

São eles o Gabinete de crise, projeto criado pelas organizações de mídia alternativa Papo Reto, Voz das Comunidades e Mulheres em Ação para informar as populações negligenciadas no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro; e a Rede Wayuri, que reúne 17 jornalistas oriundos de oito etnias da Amazônia para evitar a propagação do vírus na região e informar mais de 750 comunidades indígenas. A rede vem produzindo e traduzindo boletins informativos em áudio para diversas línguas nativas.
A organização também prestou homenagem especial aos jornalistas de Guayaquil, primeiro epicentro da epidemia na América Latina. As imagens dos cadáveres deixados nas ruas rodaram o mundo, mas apesar da falta de equipamentos de proteção os jornalistas locais continuaram seu trabalho de informar e realizaram reportagens em áreas altamente contaminadas. Até o final de abril, pelo menos 13 profissionais haviam sucumbido à doença.
“Alguns se arriscaram tanto para informar sobre a realidade da pandemia que perderam suas vidas, enquanto outros ainda estão desaparecidos ou atrás das grades”, constata o secretário-geral da RSF Christophe Deloire. “Processados, agredidos, insultados, muitos pagaram um alto preço por defenderem o direito à informação e lutarem contra os boatos e a desinformação que agravam as consequências da crise sanitária. Esses novos heróis nos lembram de que o jornalismo pode salvar vidas. Eles merecem toda a nossa atenção e admiração”.