Confirmada em nota emitida em 28/2, a informação antecipada por Jornalistas&Cia em sua última edição (886) sobre as saídas do publisher Ricardo Galuppo e do diretor de Redação Joaquim Castanheira e não desmentida a possível mudança da sede do Brasil Econômico para o Rio, funcionários do jornal em São Paulo enviaram carta a integrantes da cúpula da empresa solicitando informações acerca dos seus planos para o veículo. Segundo o Meio&Mensagem, a equipe aguardava uma resposta até esta 4ª.feira (6/3) para decidir sobre os passos seguintes. Vale lembrar que a nota da Ejesa informava ainda que Ramiro Alves, até então diretor de Redação dos jornais O Dia e Meia Hora, assumia a função de publisher da Ejesa e passava a responder também pelo Brasil Econômico; que o jornal teria a partir desta semana dois editores-chefes: Adriana Teixeira, em São Paulo, e Octávio Costa, no Rio de Janeiro, reportando-se ao novo publisher; e que o jornal “reforçaria sua presença no Rio”. Como a empresa não veio a público informar claramente o que significa, na prática, essa expressão nem qual o destino da redação do Brasil Econômico em São Paulo, é natural que surjam especulações. O resultado que a empresa espera de uma eventual mudança para o Rio é que a publicação se diferencie dos jornais tradicionalmente orientados para Economia. Com algumas exceções, entre elas o Jornal do Commercio do Rio, praticamente todos os dirigidos são feitos em São Paulo. A Ejesa está ancorada no Rio, e avalia que a cidade passa por um momento muito positivo. Setores como petróleo e gás, estatais como BNDES, grandes como a Vale, as áreas de cultura e eventos esportivos, todos têm pouca cobertura do ponto de vista macroeconômico, por falta de equipes dedicadas também nas agências de notícias. A hipótese, portanto, é de que a decisão representa para o mercado leitor uma boa opção. Resta saber se a empresa de fato não reduzirá a equipe editorial paulista e o peso de São Paulo na edição do jornal. Os rumores são de que ela concentrará em São Paulo a cobertura de economia e negócios passando as demais áreas para o Rio de Janeiro. O que fica claro com as mudanças em curso é que a Ejesa parece apostar em um plano ousado: um tom carioca mais forte do que o dos jornais tradicionais de Economia. Não se pode descartar também uma mudança de orientação no perfil dos negócios jornalísticos: num grupo que tem três jornais em papel, a compra de um dos mais importantes portais do País sinaliza uma inequívoca aposta no meio digital, que está no DNA de fundação da Ejesa, como disse a este J&Cia, antes mesmo do lançamento do Brasil Econômico, seu então diretor de Redação Ricardo Galuppo: “Vamos começar com o jornal em papel, mas a nossa vocação é ter um jornal digital que possa ser recebido por leitores de todo o Brasil ainda de madrugada. Não queremos que o papel seja um obstáculo para a nossa audiência, embora ele seja o ponto de partida da empresa”. Galuppo saiu, o iG chegou e uma série de mudanças está em curso. Provavelmente virão outras novidades por aí. A conferir. Veja mais: Redação faz assembleia em SP e quer garantias da empresa