A Diretoria da Regional Sorocaba do Sindicato dos Jornalistas de SP publicou texto no site da entidade nessa terça-feira (2/5) denunciando censura e assédio moral no jornal Cruzeiro do Sul. Segundo a nota, a ação teria sido encabeçada pelo promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude Antônio Domingues Farto Neto, que é membro do Conselho Consultivo da Fundação Ubaldino do Amaral (mantenedora do jornal).
De acordo com a denúncia, no dia 28/4 (sexta-feira) o promotor esteve na redação com outros membros do Conselho da FUA, além do coronel Antônio Valdir Gonçalves Filho, comandante do Comando de Policiamento do Interior (CPI/7), e de José Augusto de Barros Pupin, secretário de Segurança e Defesa Civil da prefeitura de Sorocaba.
Com gritos, ofensas e ameaças, acusou o jornal de ter sido responsável pelo êxito da greve geral na cidade. Ainda segundo a denúncia, o promotor teria afirmado que era preciso “limpar o desserviço feito” e criar uma “agenda positiva”. Para isso, era primordial engrandecer o trabalho da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal.
Conforme o relato, a manchete publicada no dia 29, Paralisação prejudica o trabalhador sorocabano, foi ditada por ele, e o comandante do CPI-7 e o secretário Pupin foram entrevistados na presença do grupo.
Ainda de acordo com o Sindicato, naquele dia estavam ausentes tanto José Augusto Marinho Mauad (Gugo), presidente do Conselho Administrativo da FUA e diretor-presidente do jornal, e o editor-chefe José Carlos Fineis. Gugo estava fora da cidade e Fineis, em licença de saúde.
Desde o episódio os profissionais do jornal retiraram seus nomes do expediente e não assinam matérias. Gugo, por sua vez, licenciou-se do cargo.
O Sindicato informou estar acompanhando o desenrolar dos fatos e tomando as medidas necessárias para preservar o emprego e a integridade dos profissionais de imprensa.