A repórter especial Silvia Bessa, do Diário de Pernambuco, postou em 23/8 em sua conta do Facebook um relato emocionante sobre o desfecho de um texto publicado na coluna Em Foco, do mesmo jornal, dias antes.
Jornalista muitas vezes premiada, ela contou do dilema com que teve de lidar ao ver a família foco de sua reportagem pedir para que o conteúdo publicado fosse excluído por causa de ameaças que vinham sofrendo. O motivo? Intolerância. O casal – e é sobre o que falava o texto de Silvia – é pai de Ariel, criança de nome agênero, que crescia igualmente sem determinação prévia de gênero. A família sofrera ameaças após a veiculação da coluna.
“O dilema era: retirar do ar uma matéria que não tinha erro de informação e era fato noticioso ou ceder ao apelo da família, que estava amedrontada com a ira de desconhecidos”, diz Silvia no post.
Ao cabo, o texto foi retirado do ar tanto no Diário de Pernambuco como de O Globo, no qual foi reproduzido. “Ainda que o leitor condene, critique, fique indignado com a decisão dos pais de criar o filho como agênero, que ache o fim do mundo ou algo parecido, pergunto: que direito essas pessoas têm de agredir essa família?”, desabafou Silvia.