O porta-voz da Presidência República Thomas Traumann tomou posse no comando da Secom nesta 2ª.feira (2/2), no lugar de Helena Chagas, que respondia pela Comunicação desde 2011. A Secom foi incluída na lista da reforma ministerial anunciada pelo governo na última 5ª feira (30/1), inicialmente prevista para substituir apenas os ministros que irão disputar as eleições de outubro. Mas, no mesmo dia, Helena, em carta à presidente Dilma, pediu afastamento do cargo. No texto, agradeceu a oportunidade e a confiança depositada no seu trabalho e na equipe que a acompanhou durante esses três anos: “Foi um período de significativas realizações do seu governo, cuja divulgação se deu com todo o entusiasmo e engajamento desta Secretaria”. Com a mudança em ano eleitoral, a presidente Dilma quer fortalecer a Comunicação do Planalto, alvo de críticas do PT e de ministros. Informações de bastidores revelam que Helena Chagas vinha sofrendo pressão de setores do partido que queriam maior influência da ministra para liberar verbas de publicidade federal. O PT também esperava da ministra uma postura de maior enfrentamento em relação às notícias negativas envolvendo o governo. Com a saída dela, ganha força o núcleo de coordenação de comunicação da campanha de reeleição da presidente, composto pelo marqueteiro João Santana e por Franklin Martins, que ocupou a pasta na gestão Lula. Embora não tenha informado seus planos, por lei, Helena deverá cumprir quarentena se decidir seguir para a iniciativa privada. Vale lembrar que, ao menos por enquanto, Traumann segue como porta-voz da presidente. Thomas Traumann foi assessor de imprensa do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palloci. Ultimamente acumulava o cargo de porta-voz da presidente com o comando do gabinete digital do Palácio do Planalto, departamento que cuida, entre outras atividades, do blog e das contas de Dilma no twitter e no facebook. Nascido no norte do Paraná, filho de Michael Traumann, alemão refugiado de guerra, e de uma pedagoga norte-americana, Traumann formou-se em Jornalismo pela UFPR, em Curitiba. Por lá, foi correspondente da Folha de S. Paulo de 1990 a 1994, quando se mudou para a capital paulista para participar do núcleo da agência de notícias que gerou o portal UOL. Em 1995, transferiu-se para Veja, onde foi editor de assuntos gerais e participou de mais de 20 capas da revista. Retornou à Folha em 2000 como repórter especial. Especializou-se na cobertura do PT. No ano seguinte, seguiu para Época a fim de cobrir a campanha presidencial de Lula, com quem fez quatro entrevistas exclusivas. Em 2002, mudou-se para o Rio de Janeiro para chefiar a sucursal da revista e tornar-se colunista. Criou a newsletter O Filtro, em 2006, um resumo diário das principais notícias do dia distribuído a mais de 250 mil assinantes da revista. Em 2008, foi para a consultoria de comunicação espanhola Llorente & Cuenca, sendo responsável pela abertura do primeiro escritório em país não-hispânico. Em 2010, Traumann transferiu-se para a FSB, como encarregado da comunicação corporativa do Grupo Andrade Gutierrez, saindo no ano seguinte para trabalhar no governo.