A ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok, admitiu que seus funcionários utilizaram dados da plataforma para espionar e conseguir a localização de jornalistas após o vazamento de informações sobre a rede. A empresa utilizou de forma indevida dados de usuários do TikTok para descobrir se seus funcionários tiveram contato com jornalistas.

Dois integrantes da equipe nos EUA e outros dois na China tiveram acesso aos endereços IP e outros dados pessoais de Cristina Criddle, repórter do Financial Times, para descobrir se ela estava próxima de algum funcionário da ByteDance, mas a companhia não encontrou nenhum vazamento. Profissionais de BuzzFeed e Forbes também foram alvos da investigação interna.

Em junho, o Financial Times publicou reportagens sobre dezenas de funcionários que deixaram o escritório do TikTok em Londres em 2022. Os relatos incluíam jornadas de trabalho de 12 horas por dia e funcionários demitidos depois de tirarem licença, além de uma espécie de “lista mortal” de colegas que a empresa queria expulsar do escritório.

O Financial Times revelou também que Joshua Ma, executivo da empresa responsável pela expansão do comércio eletrônico na Europa, “não acreditava” em licença-maternidade. Ele foi substituído pouco tempo depois da reportagem.

A ByteDance também investigou jornalistas da Forbes, incluindo a repórter Emily Baker-White, depois que o veículo publicou sobre vínculos contínuos do TikTok com o governo da China, e sobre legisladores proibirem o aplicativo nos EUA por questões de privacidade e segurança.

O mesmo ocorreu com profissionais do BuzzFeed News, após reportagens sobre funcionários da ByteDance na China que teriam acessado dados de usuários dos EUA.

O conselheiro geral do TikTok Erich Andersen disse à Forbes que um “plano equivocado foi desenvolvido e executado por alguns indivíduos do departamento de auditoria interna no verão passado” e que os envolvidos “usaram mal sua autoridade para obter acesso aos dados de usuários do TikTok, violando seu código de conduta”.

“É uma prática padrão para as empresas ter um grupo de auditoria interna autorizado a investigar violações do código de conduta”, escreveu Andersen. “No entanto, neste caso, os indivíduos abusaram de sua autoridade para obter acesso aos dados do usuário do TikTok.”

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