Trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) realizaram na sexta-feira (9/9) atos contra a demissão de Kariane Costa, eleita para representar os funcionários no Conselho de Administração (Consad) da empresa. Jornalistas e radialistas da EBC decidiram também entrar em estado de greve para barrar a demissão.

As manifestações foram realizadas simultaneamente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Cerca de 230 trabalhadores reuniram-se contra a medida, classificada como “um ataque à organização sindical”.

Kariane havia encaminhado às instâncias da EBC denúncias de assédio moral na empresa, solicitando a apuração dos fatos. O processo passou a tramitar em segredo e Kariane foi ouvida, como testemunha, duas vezes, até que foi comunicada ter sido transformada em ré, culminando na recomendação de demissão por justa causa. Ela foi acusada de calúnia e difamação e teve a demissão por justa causa aprovada por uma sindicância interna.

Para o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, “a demissão de Kariane deve ser entendida como mais um ataque à organização sindical dos trabalhadores e se soma a outras ações já perpetradas pela EBC, como a cassação da liberação de dirigentes sindicais. Em São Paulo, a EBC cassou a liberação sindical do diretor do Sindicato Eduardo Viné Boldt, que dirigiu o ato desta sexta na porta da empresa em São Paulo”.

Paulo Zocchi, vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), afirmou que “os motivos alegados para a demissão da Kariane são apenas pretextos que não sustentam para colocar para fora a representante dos trabalhadores e dar um exemplo de intimidação acerca dos assédios que se praticam hoje na EBC”.

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