Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro
Tem dado o que falar a análise de Daniel Castro sobre o projeto Uma só Globo – que deve unificar, até o final de 2021, a TV Globo e a Globosat – publicada esta semana em sua coluna no UOL. Já no subtítulo, em tom alarmista, fala em tensão extrema e ameaça de demissões. Como em toda fusão, devem ser eliminados os cargos que se sobrepõem nas duas unidades, em todos os níveis. As fontes de Castro devem estar tensas, com toda razão.
As primeiras mudanças, na área comercial, em março passado, apareceram no Meio & Mensagem. A notícia tem por base comunicado de Carlos Schroder, diretor-geral da Globo, defendendo o novo modelo e o conceito de media tech como novo caminho para o grupo. As equipes comerciais das tevês aberta e digital foram então unificadas sob a gestão de Eduardo Schaeffer, ex-diretor de Inteligência Digital.
Segundo o Daniel Castro, a Globo pretende reciclar seu modelo de negócio, tornando-se uma empresa tecnológica, para concorrer com gigantes do streaming como Netflix. Para tanto, deve valer-se de alto uso de dados e inteligência artificial. Quem coordena os projetos Uma só Globo e Uma só tecnologia é Rossana Fontenele, diretora-geral de Planejamento e Gestão do grupo, e tem consultoria da Accenture. Castro menciona Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat, como um dos nomes ameaçados.
Curiosamente, desta vez, o noticiário não foi até Jorge Nóbrega, presidente executivo do Grupo Globo, que é quem comanda todas e cada uma das decisões estratégicas da casa. Da última vez em que ele foi citado em público, em novembro do ano passado, Flávio Ricco, para UOL, referia-se a um comunicado em que Nóbrega estendia o projeto Uma só Globo, que já estava em andamento na tevê, para todas as empresas do grupo. Ao se especular agora sobre quem fica e quem vai, é possível simplificar procurando apenas quem são as principais alianças de Nóbrega.