
A Ponte Jornalismo teve dois vídeos retirados do ar pelo YouTube após publicar reportagens revelando que professores de curso preparatório para concursos ensinavam técnicas de tortura e execução a alunos que pretendem ingressar nas Polícias Militares. A remoção ocorreu após a AlfaCon, empresa que promove os cursos, denunciar os vídeos à plataforma por violação de direitos autorais.
A Ponte agora corre o risco de ter seu canal suspenso e todos os seus outros vídeos removidos. De acordo com a política do YouTube, uma conta é encerrada se receber três avisos de violações de direitos autorais.
As diretrizes da comunidade da plataforma vedam a publicação de conteúdos “prejudiciais ou perigosos” e “de incitação ao ódio”. Até a publicação das reportagens da Ponte, os vídeos continuavam no canal da AlfaCon, mas em 26/10, após a repercussão dos textos, a própria empresa retirou os vídeos de seu canal.
“A AlfaCon foi a mesma empresa onde Eduardo Bolsonaro deu uma aula dizendo que bastaria um soldado e um cabo para fechar o STF”, relembra Fausto Salvadori Filho, um dos fundadores e repórter da Ponte. “Por essa lógica, todos os veículos que publicaram vídeos com essa cena deveriam ser obrigados a tirar essas imagens do ar”.
A assessoria do YouTube manifestou-se sobre o caso em nota, explicando que “os proprietários de direitos têm a opção de bloquear totalmente um vídeo que utilize sua obra” a partir de uma solicitação “completa e válida” – o que aconteceu com os vídeos publicados pela Ponte. (Com informações da Abraji)